Fome Emocional: Alimento como Fuga das Emoções

Utilizada por muitos como uma ferramenta para combater a ansiedade, a fome emocional vem carregada de impulsos e vontade de consumir alimentos mais doces e gordurosos com o objetivo de aliviar o estresse, o cansaço, o tempo ocioso e a raiva, mas ao contrário do que pensam esse comportamento gera mais angústia, culpa, arrependimento e insatisfação por ter ingerido excesso de calorias.

Deixa eu te explicar mais sobre isso!

Sabemos que o alimento é essencial em nossas vidas e muitas vezes nos é apresentado de formas muito variadas, comemos quando estamos bem, quando sentimos ansiedade ou quando estamos mais estressados ou ociosos. Assim a alimentação está inserida no campo social, cultural e emocional. O comer envolve uma série de escolhas, aceitações, proibições, ideias e significados relacionados a experiências de vida, situações vivenciada com o alimento e cultura. 

O alimento está fortemente conectado com as emoções desde o começo da nossa vida, podendo ser utilizado para aliviar e compensar sentimentos negativos e positivos. Não só isso, mas o comportamento alimentar está fortemente ligado com a forma com que cada um se relaciona com cada alimento, desde a infância na introdução alimentar até a fase adulta com todos os vícios e costumes alimentares que adquirimos ao longo da vida. 

A fome pode ser afetada, em grande parte, pelas emoções e não apenas pelas necessidades fisiológicas. 

Mas, como saber se é fome emocional ou fisiológica

Identificando a Fome Emocional

Para identificar melhor vamos mostrar alguns exemplos de fome emocional que pode fazer parte da sua vida, como estresse, medo, angústia a a ansiedade. 

Estresse

Em situações de estresse relacionadas com o ambiente, exigências do dia-a-dia e cobranças, sentimentos positivos e negativos interferem diretamente nas motivações para comer.

Quando o estresse é causado por uma ameaça, como por exemplo uma exposição pública ou um evento traumático, essa situação é um gatilho para a liberação do cortisol, que estimula a fome, podendo ocorrer a maior ingestão de alimentos.

Obrigações

Exigências do dia-a-dia, obrigações acadêmicas e profissionais podem interferir diretamente no comportamento alimentar e gerar impactos negativos nas escolhas alimentares. O foco está tão forte nas obrigações que nos desconectamos de nosso corpo e esquecemos de nutri-lo corretamente. Pois, em muitos casos, o próprio autocuidado degrada para que a necessidade de outro seja atendida.

Comemorações

Comemorações, a comida representa um elemento importante: Alimentar-se está associado à relação com o outro. O ser humano é um ser social, buscando estar inserido em grupos sociais, como na família, amigos ou no trabalho. A necessidade de pertencer e ser aceito em um grupo envolve também, a alimentação que por diversas vezes une as pessoas. Alguns estudos apontam que as relações afetivas se tornam motivadoras para o comer.

Tristeza, solidão e vazio

Sentimentos negativos como tristeza, solidão e vazio: Esses sentimentos fazem parte do ser humano, mas quando eles ganham muita intensidade, pode não ser adequado e acarretar situações que interferem na relação do indivíduo com o alimento. Aqui podendo ter a variante cujo a pessoa come para se sentir preenchido, ou seja, deixando a sensação de vazio ignorada por alguns momentos. Porém, também há a falta de alimentação, já entrando em outras questões psicológicas mais profundas.

Medo e Angústia

 Medo e angústia, está relacionado a uma situação desconhecida, podendo provocar a sensação de perigo seja ela real ou não. Dessa forma, se alimentar é uma forma de se manter ocupado e tirando o foco do medo. Além disso, o corpo também quer juntar energia para a fuga prevista pelo medo e angústia, dessa forma aumentando a necessidade de ingestão de calorias.

Tédio

O tédio também seria um motivador para comer, quando mais tempo ocioso, maior a vontade de comer. Dessa forma, a comida preenche um vazio relacionado a necessidade de fazer algo.

O alimento e o estilo de vida

Não podemos esquecer que o modo de se alimentar vem mudando a cada dia em função da vida moderna, um estilo de vida mais agitado traz a necessidade da praticidade e com isso muitas vezes acaba com o aumento no consumo de industrializados. A mídia também não fica a desejar na questão da influência alimentar, aumentando o consumo de doces e Fast Foods. 

Por esses motivos é importante entender a dinâmica do seu cotidiano e fazer escolhas alimentares práticas com sabedoria e entender o quanto o seu estado emocional muitas vezes interfere na sua fome e na sua escolha alimentar.

As emoções e boas escolhas alimentares podem exercer influência sobre o nosso corpo, desencadeando bem-estar e melhora no sistema imunológico.

Ao mesmo tempo em que de um lado há muitos alimentos calóricos, do outro lado há um excesso de informações sobre nutrição e saúde, gerando além de uma cobrança por corpos magros, um sentimento de culpa, ansiedade e cobrança por se alimentar mal no impulso. Muitas vezes esses sentimentos acabam por trazer mais fome emocional ainda, é um ciclo! Por isso é importante entender seu corpo e sua fome.

Como combater a fome emocional

Pelo que vimos até agora, sabemos que nosso estado emocional interfere nas motivações para comer e em nossas escolhas alimentares, portanto cada indivíduo tem uma forma diferente de lidar com a emoção e alimentação. Isso sem contar o histórico pessoal e familiar que traz crenças em relação a comida, a forma de se alimentar e o valor do alimento em sua vida.

Caso você tenha se identificado, o mais importante é buscar ajuda psicológica para entender e enfrentar essa situação. Pois, essa é uma área que por muitos é ignorada, achando ser normal comer demais, comer de menos e se alimentar de forma errada. Ainda mais que o alimento tem o poder de ampliar sua sensação de bem-estar, seu humor e ainda pode ajudar a impulsionar tratamentos psiquiátricos. Lembre-se que não está sozinho e sempre há especialistas para te ajudar: psicólogos, psiquiatras e nutricionistas especializados.

Por isso, conte com a equipe do Instituto Alceu Giraldi para te ajudarmos com suas emoções, sentimentos e no seu relacionamento com a comida.

Mudanças de hábitos alimentares podem parecer difíceis, mas com disciplina, entendimento e ajuda certa é possível. Não desista!


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Maria Rosa Bazan

Maria Rosa Bazan

Psicóloga clínica que acredita que é preciso coragem para se conectar com nossas dores e feridas. Que é preciso olhar para dentro de nós mesmos e descobrir um novo mundo. Dessa forma, abrindo espaço para enfrentar angústias, frustrações e medos, e tratando ansiedade, depressão e transtornos alimentares. Seu objetivo é que seus pacientes alcancem o bem-estar e vivam a melhor versão de si.

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