Durante muitos e muitos tempos as pessoas vem buscando por algo que resolveria todos seus problemas, alguns creem veementemente que a irão encontrar em algo externo.
A felicidade é algo intrínseco do ser humano e a busca pelo ambiente externo não existe. Assim como encontrá-la num psiquiatra também não, pois a pílula da felicidade é uma ilusão.
Onde encontro a felicidade?
Pois bem, a felicidade é encontrada dentro de cada pessoa! Não é encontrada dentro de um pote ou frasco. E, ao contrário do que muitos pensam, não é necessária nem uma busca.
Leia a metáfora A Sabedoria da Felicidade, que deixei logo abaixo.
Dessa forma, a felicidade ela surge da observação, espera e contemplação. Muitas vezes o que te traz a felicidade são coisas muito próximas a nós. São momentos como saborear um café, um copo d’água, um prato de comida, uma refeição em família, um passeio com entes queridos ou uma noite de bate-papo com amigos.
Dinheiro traz felicidade?
Muitos ainda questionam se o dinheiro traz felicidade. Seria uma hipocrisia tamanha dizer que nada traz, entretanto o que o dinheiro e bens trazem são pequenas doses de satisfação que duram pouco tempo. Pouco tempo mesmo! O que traz felicidade foi a sua capacidade de compra, você se sentir capaz de conquistar algo e tê-lo feito.
A felicidade está correlacionada ao verbo fazer e não ao verbo ter. Ao saborear uma xícara de café ou até mesmo ao se hidratar com um copo d’água. Ao lavar o carro ou regar o jardim. Ao cozinhar uma comida gostosa para si mesmo ou para a família. Ao estudar e aprender algo novo por e para você. São momentos que ficam guardados na memória e abastecem nosso tanque de felicidade. Momentos bons, vividos no tempo presente, e as conquistas são combustíveis para o seu sentimento de paz e satisfação.
Agora, pense comigo, se dinheiro traz felicidade porque ricos e famosos passam por depressão e ansiedade? Eles possuem dinheiro para comprar o que quiserem, mas não estão sabendo viver a vida com os recursos que tem.
A essência da felicidade
A felicidade por si está em saborear os momentos da vida. Sejam eles pequenos ou grandes. É olhar o pôr-do-sol, presente, e observando o alaranjado se escondendo sob o horizonte enquanto as luzes das casas e os faróis dos carros iluminam com a lua.
A compreensão é tamanha desafiadora para algumas pessoas, mas esta é a verdade. Ao apreciar o momento o sentimento desperta. E não é tão simples fazer isso nos dias de hoje com tantos elementos questionando seu futuro e seu passado, fazendo você esquecer do seu presente.
É tirando você do presente que você perde sua conexão com sua felicidade e abre espaço para o consumismo ou apoio em outros vícios, como o uso excessivo do celular. Que é tema para outro post, mas é o celular se tornou a maior fuga do momento presente e arma ilusória contra o tédio.
Minha experiência
Vejo muito claramente dentro da psiquiatria um viés diferente do “fator” meramente medicamentoso, uma psiquiatria mais humanizada, que trabalha o bem-estar, a qualidade de vida, higiene do sono e exercícios.
Costumo dizer aos meus pacientes que todos nós temos um rio para atravessar, esta corrente de água pode estar calma ou agitada. Bom, o psiquiatra metaforicamente dizendo e dentro do processo terapêutico ajudaria a construir uma ponte sobre este rio, o psicólogo ajudaria a conduzir. Mas e o paciente? O indivíduo? Bem, muito simples: este é responsável por sua vida, ele trilha o caminho se quiser, bem conduzido estará, mas é livre para seguir como bem se sentir.
Sendo assim, a psiquiatria deve estar sempre ligada à qualidade e estilo de vida saudável, haja vista que tratamentos “vai e vão” com início meio e fim, mas a saúde e aprendizado cotidiano é o que faz cada qual trilhar melhor pela sua vida.
Dessa forma, se a felicidade é algo que está difícil de ser “encontrado” na sua vida no momento. Busque ajuda. Às vezes é só entender a forma de ver o mundo, é mudar a perspectiva e redirecionar os pensamentos. Nós médicos psiquiatras temos total aptidão e objetivamos a sua felicidade, seu bem-estar e qualidade de vida. Porém, você é o epicentro da sua felicidade!
Desenvolva o hábito de apreciar, observar, esperar e agradecer. Esses quatro verbos irão te ajudar a sentir a felicidade que está aí, guardada dentro de você.
A Sabedoria da Felicidade
Há muito tempo, em uma terra muito distante, havia um jovem rapaz, filho de um rico mercador, que buscava obstinadamente o segredo da felicidade.
Já havia viajado por muitos reinos, falado com muitos sábios, sem, no entanto, desvendar tal questão.
Um dia, após longa viagem pelo deserto, chegou a um belo castelo no alto de uma montanha.
Lá vivia um sábio, que o rapaz ansiava conhecer.
Ao entrar em uma sala, viu uma atividade intensa. Mercadores entravam e saíam, pessoas conversavam pelos cantos, uma pequena orquestra tocava melodias suaves.
De longe ele avistou o sábio, que conversava calmamente com todos os que o buscavam.
O jovem precisou esperar duas horas até chegar sua vez de ser atendido.
O sábio ouviu-o com atenção, mas lhe disse com serenidade que naquele momento não poderia explicar-lhe qual era o segredo da felicidade.
Sugeriu que o rapaz desse um passeio pelo palácio e voltasse dali a duas horas.
“Entretanto, quero pedir-lhe um favor.” – completou o sábio, entregando-lhe uma colher de chá, na qual pingou duas gotas de óleo.
“Enquanto estiver caminhando, carregue essa colher sem deixar o óleo derramar.”
O rapaz pôs-se a subir e a descer as escadarias do palácio, mantendo sempre os olhos fixos na colher.
Ao fim de duas horas, retornou à presença do sábio.
“E então?” – perguntou o sábio – “você viu as tapeçarias da pérsia que estão na sala de jantar?
Viu o jardim que levou dez anos para ser cultivado?
Reparou nos belos pergaminhos de minha biblioteca?”
O rapaz, envergonhado, confessou não ter visto nada.
Sua única preocupação havia sido não derramar as gotas de óleo que o sábio lhe havia confiado.
“Pois então volte e tente perceber as belezas que adornam minha casa.” – disse-lhe o sábio.
Já mais tranquilo, o rapaz pegou a colher com as duas gotas de óleo e voltou a percorrer o palácio, dessa vez reparando em todas as obras de arte.
Viu os jardins, as montanhas ao redor, a delicadeza das flores, atentando a todos os detalhes possíveis.
De volta à presença do sábio, relatou pormenorizadamente tudo o que vira.
“E onde estão as duas gotas de óleo que lhe confiei?” – perguntou o sábio.
Olhando para a colher, o rapaz percebeu que as havia derramado.
“Pois este, meu rapaz, é o único conselho que tenho para lhe dar: – disse o sábio – o segredo da felicidade está em saber admirar as maravilhas do mundo, sem nunca esquecer das duas gotas de óleo na colher.”
( Texto recebido por nossa equipe de marketing, sem fonte.)