Como cuidar da saúde mental de pessoas transgênero?

O atendimento psicológico para pessoas transgênero é fundamental para promover seu bem-estar geral e assim como sua saúde mental pois enfrentam desafios múltiplos, erros de gênero, assédio, microagressões e discriminação social, inclusive no seu núcleo familiar. Nós psicólogos temos a oportunidade de impactar positivamente às essas experiências por meio de cuidados que afirmam o gênero, por exemplo.

Essas experiências discriminatórias contra a população trans contribui para as altas as taxas de suicídio, depressão, ansiedade, uso de substâncias, DSTs e violência, por isso a importância do acompanhamento psicológico é fundamental.

Qual a importância da afirmação de gênero no processo terapêutico?

Reconhecer que o gênero é uma construção social separada do sexo e considerar as variações não binárias do gênero é o primeiro passo para a construção de uma relação terapêutica que é importante para o sucesso do tratamento. Um aspecto importante do atendimento de afirmação do gênero é a inclusão de pequenas intervenções que tem impacto significativo na saúde mental, como por exemplo o uso de linguagem inclusiva criando um ambiente mais acolhedor e de apoio.

Além disso, os psicólogos ajudam as pessoas transgêneros a enfrentar os desafios como se assumir para a família e os amigos, lidar com o estigma social e ter acesso a intervenções médicas adequadas. O atendimento psicológico facilita a comunicação com outros profissionais de saúde visando um atendimento mais abrangente e especializado.

Quais são os desafios que as pessoas trans enfrentam?

As pessoas trans enfrentam muitos desafios, tanto psicológicos quanto sociais. Em termos psicológicos, geralmente lutam contra a disforia de gênero, que é uma angústia sentida devido à desconexão entre sua identidade de gênero e o sexo designado no nascimento. Isso pode levar à ansiedade, depressão e outros problemas de saúde mental.

Essa condição é comum em pessoas trans, que podem se identificar como um gênero diferente do que foi atribuído a elas no nascimento. Por exemplo, uma pessoa designada como homem ao nascer, mas que se identifica como mulher, pode experimentar disforia de gênero se sentir que seu corpo não corresponde à sua identidade de gênero.

A disforia de gênero pode se manifestar de várias maneiras, incluindo ansiedade, depressão, desconforto com o próprio corpo e dificuldades emocionais. O tratamento inclui terapia psicológica, terapia hormonal e, em alguns casos, cirurgia de redesignação sexual, se adequada e desejada pela pessoa.

É importante notar que a disforia de gênero não é uma condição mental em si, mas sim uma ocorrência emocional e psicológica à incongruência de gênero. A compreensão e o apoio adequados são essenciais para ajudar as pessoas a viverem vidas mais autênticas e garantidas de acordo com sua identidade de gênero.

Além disso, podem enfrentar a discriminação e o preconceito da sociedade, o que pode ter um impacto profundo em seu bem-estar mental. A falta de compreensão da família, dos amigos e da comunidade em geral pode contribuir para sentimentos de isolamento e baixa autoestima.

As pessoas trans geralmente têm uma sensação de não pertencimento e podem ser submetidos a discriminação, assédio e até mesmo violência letal. Isso pode criar um ambiente hostil que dificulta a busca de ajuda e a abertura sobre suas experiências. A discriminação social pode contribuir para problemas de saúde mental, como ansiedade, depressão e transtorno de estresse pós-traumático (TEPT).

A contribuição da Terapia Afirmativa no acompanhamento psicológico?

A terapia afirmativa desempenha um papel crucial no apoio a pessoas trans em sua jornada de autodescoberta e autoaceitação. Essa abordagem concentra-se em afirmar a identidade de gênero em vez de tentar mudá-la. Ao oferecer um espaço seguro e sem julgamentos, os terapeutas de identidade possibilitam para estas pessoas a oportunidade de a explorar seu gênero, navegar pelo estigma da sociedade e lidar com o trauma e a vergonha que costumam sofrer devido à transfobia.

Além de abordar os aspectos psicológicos da identidade de gênero, a terapia afirmativa também confirma a importância do atendimento interdisciplinar. Isso significa que os terapeutas trabalham em estreita colaboração com outros profissionais de saúde para garantir que as trans tenham acesso a cirurgias e medicamentos de afirmação do gênero, quando existir a indicação.

A terapia também ajuda os indivíduos a lidar com as obrigações éticas e legais relacionadas à sua identidade de gênero. Ao adotar uma abordagem de terapia afirmativa, os profissionais de saúde mental oferecem as pessoas trans o apoio de que precisam para abraçar seu verdadeiro “eu”. Ela também capacita as pessoas trans a explorar sua identidade de gênero com confiança e a encontrar apoio social em suas comunidades. De modo geral, a terapia afirmativa é uma ferramenta essencial para promover o bem-estar e a saúde mental das pessoas trans.


A Terapia Afirmativa foi desenvolvida na década de 80 nos Estados Unidos também conhecida como Terapia de Afirmação de Gênero, é uma abordagem terapêutica voltada para atender às necessidades específicas de pessoas trans e de gênero diverso. Tem como fundamento a aceitação da identidade de gênero, redução da disforia de gênero, desenvolvimento de resiliência, promoção a saúde mental, bem-estar, apoio na transição, educação e informação.


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Dr. Eduardo Menegon

Dr. Eduardo Menegon

Psicólogo clínico e Neuropsicólogo com especialização no atendimento das pessoas com deficiência, comunidade LGBTQIA+, além de experiências de sucesso com atendimento aos dependentes químicos. Um profissional que além dos atendimentos ainda faz avaliações neuropsicológicas, diagnósticos e liberações cirúrgicas, e é reconhecido pelo seu acolhimento e suporte.

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